domingo, setembro 11, 2011

Olhos verdes

De repente, toda aquela multidão que me cercava tornou-se embaraçada, perdendo a nitidez. Parecia que o tempo havia parado. Eu me vi perdida e o seu olhar penetrante me chamou atenção. Aqueles olhos verdes intensos, quem seria? Parecia que eu já os conhecia. Senti como se o resto do mundo fosse preto e branco. Então seus olhos sumiram, a multidão voltou e o tempo voltou a correr.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Joguinho estúpido.

Incontáveis folhas rabiscadas, muitas madrugadas em claro, milhares de fendas, milhares de lágrimas e uma dor incessante. Não vou mais jogar seu joguinho estúpido. Você já mostrou do que é capaz.

Presente

Sei que dei o meu melhor até o fim. Eu lutei até não haver mais nenhuma fagulha de esperança. Hoje não me importo mais se valeu ou não a pena. Parei de revirar o passado e comecei a me importar com o meu presente.

O tempo


Ontem à noite, estranhamente consegui dormir, sem sonhos, sem pesadelos, sem acordar na madrugada gritando desesperadamente teu nome em meio à escuridão. O tempo por si só não cura, mas diminui gradativamente o tamanho das marcas, da dor, da ausência.

Ceder


Sinto meu coração sair pela boca. De repente uma súbita dor surgiu, abrigando meu corpo, e parece que agora, nada faz sentido algum. E machuca. Dói muito. Já estava acostumada a me sentir vazia, e agora, tudo voltou, rasgando tudo que eu já tinha concertado dentro de mim. A dor voltou, mostrando poder, dizendo quem é que está no controle. Me sinto fraca e fora de mim mesma. Como se não fosse mais dona do meu próprio corpo. Milhões de pensamentos se passam por minha mente perturbada e me parece que todo aquele imensurável esforço durante longos meses fora em vão. Não consegui aguentar firme. Há uma força maior jogando ao meu lado, e ao mesmo tempo, contra mim. E eu cedi, não por fraqueza, mas por cansar de lutar, voltando a sentir aquela velha sensação, quando a dor exterior iguala-se com a interior.

Ir embora

Palavras que eu não soube dizer, momentos que eu não presenciei, falsas palavras que eu sempre acreditei me fizeram crer que ainda havia tempo para nós dois. Lembro com clareza daquele amontoado de promessas que você fez-me acreditar, e eu fiquei por muito, muito tempo esperando que elas se concretizassem. Mas o tempo passou, e passaram-se incalculáveis noites que eu permaneci acordada, te esperando voltar. Coração pulsante, mãos suadas, nervosismo, ciúme bobo, nem seu sorriso já não fazem mais meus olhos brilharem, nada existe mais. Tudo se foi, até mesmo você. Permaneci forte por muito tempo, mas meu coração cansou de se machucar. Ainda o amo, e eu poderia ter feito qualquer loucura por nós dois. Mas eu decidi ir embora.





terça-feira, setembro 06, 2011

Sentimentos inteiros


Não sei quando conseguirei esquecer todos esses meses que vivemos juntos. Tenho muitas perguntas, e nenhuma resposta, e para ser bem sincera, se tivesse, não mudaria mais nada, nem sei se quero ouvir ainda. Aprendi a esperar, deixar o tempo por si só curar esse amontoado de machucados que custam a sarar, e agora, já não tenho mais certeza, tão pouca coisa me interessa agora..Tanto tempo esperando por uma pequena mudança, e sentimentos inteiros, não mais pela metade, como sempre fora. Tanto tempo segurando o nó por nós dois. Tanto tempo se passou. Tantas perguntas sem respostas que ficaram pelo ar. Tantas incertezas e dúvidas. Tanto desespero em arrancar essa ausência sua que se formou dentro de mim.

Egoísmo?

Sinto-me um tanto egoísta em por meus sentimentos em primeiro lugar. Mas eu me coloquei em segundo plano por tantos meses, esquecendo de cuidar de mim, sempre valorizando os sentimentos errados e acabando por me machucar ainda mais. É errado me sentir mais leve depois de tanto tempo em meio a lagrimas e folhas rabiscadas recheadas de sentimentos mortos ? É errado estar me sentindo assim? Eu já não sei mais.

Voltando ao normal

Meu coração, que permanecia intacto por tantos meses, resolveu voltar a bater, os meus olhos, que antes abrigavam noites inteiras acordadas, com um amontoado de lágrimas que não se cessavam, com o travesseiro sendo meu único confidente, voltaram a ter aquele brilho, carregando um mistério que encanta a muita gente, meus lábios que tentavam sorrir, tentando segurar um grito de socorro, hoje sorri com facilidade. As coisas estão voltando ao normal. Eu estou voltando a ser a Marie de sempre, inquieta, sorridente, feliz.








O segredo

O tempo começa a passar e a gente acaba percebendo que para ser feliz com outra pessoa em primeiro lugar, você precisa não precisar dela. O segredo é aprender a gostar de você, a cuidar de você e gostar de quem gosta de você. O segredo não é correr atrás das borboletas, mas sim, cuidar do jardim para que elas venham até você.


O tempo começa a passar e a gente acaba percebendo que aquele alguém que você ama e simplesmente não soube valorizar esse amor, definitivamente não é o amor da sua vida. E no final das contas, não achará que estava procurando, mas sim, quem estava procurando por você.



Maneira diferente

É estranho sentir-me feliz, de verdade, depois de tanto tempo. Sorrir verdadeiramente e rir por qualquer coisa, sem precisar fingir. É tão estranho estar bem comigo mesma. Talvez estranho não seja a palavra certa, a verdade é que eu não estava mais acostumada, depois de tanto tempo enclausurada dentro da minha bolha recheadas de dor e lembranças, e agora tudo parece diferente, ou talvez seja eu que comecei a ver tudo de maneira diferente.

Cale-se coração.

 Fiquei por longos minutos em silêncio e não havia nada martelando em minha cabeça. Para falar a verdade havia sim. Havia uma pequena parte de mim sentindo uma pontada de friosinha na barriga,começar algo novo? será? É arriscado disse o coração, no mesmo minuto mandei-o se calar. Nunca palpitou sobre nada, sempre fazendo escolhas precipitadas e agora querendo dizer alguma coisa? por favor.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Forasteira

Sinto como se eu fosse uma forasteira, dentro do meu próprio corpo. Estou tentando aprender a lidar com a situação de não me sentir mais a vontade com ninguém que eu conheça. Estou também tentando lidar com o fato de querer me expressar e não conseguir, de estar repleta de sentimentos e não conseguir saber o que tudo isso significa. Sempre transcrevia para o papel, e eu me sentia melhor, e agora não é mais assim. E eu que sempre achara que era dona da verdade, hoje me vejo lutando contra as incertezas, tentando arrumar essa bagunça que eu transformei meu coração e minha vida.


Parece que tudo ao meu redor é estranho. Meus sentimentos, meus amigos, meu próprio reflexo ao espelho, meus objetos, minhas músicas, é como se nada disso me pertencesse. De repente tudo que havia sentido começou a sumir. Sinto-me como se eu fosse à vilã da minha história. Como se tudo que estivesse acontecendo fosse culpa minha. E talvez seja. Talvez eu não tenha conseguido ‘’ segurar as pontas’’ quando deveria, e agora estivesse tudo fora do meu controle. Como se eu estivesse vendo de camarote meus fracassos, e não conseguisse impedir.