domingo, julho 31, 2011

Fim de Julho

O céu cinzento, escondendo qualquer traço de sol que poderia aparecer, o vento cortante raspando em minha pele, o frio que fazia me lembrar que eu estava sozinha. Era fim de Julho e eu ainda estava parada, fitando o nada, apenas com lembranças fragmentadas habitando minha perturbada mente. Não sei quanto tempo faz, e hoje já não quero mais saber. As memórias já não são mais tão claras, mostrando que já se pasara muito tempo desde o último dia que ''eu'' ainda era '' nós''. Nem me esforço mais para tentar lembrar, por mim, que as lembranças queimem, junto com  a imagem do seu último olhar, em fúria.

sábado, julho 30, 2011

Esgotamento

Passei tanto tempo implorando por meros sentimentos e meias palavras vazias, que por fim cansei de implorar pelo seu amor. Meu corpo esgotado, minha mente perturbada e meu coração em pedaços pediram para parar, e eu parei.

quinta-feira, julho 28, 2011

Barreira de vidro

Queria poder escrever como sempre escrevi. Quando as palavras fluiam facilmente e eu me perdia entre páginas e páginas de rascunhos de cartas de amor. E hoje, fico parada, fitando as poucas palavras que consegui passar para o papel, e me perco dentro delas, dentro de mim. Não sei quando foi que deixei isso acontecer, escrever era a única coisa no mundo que me fazia sentir melhor tudo estava desmoronando. E hoje, aqui estou, tentando transcrever o que eu sinto, sem nem mesmo saber o que é, e se é alguma coisa, ou se não é apenas esse vazio perturbador que resolveu me habitar há algumas semanas atrás. Já não posso nem mesmo me chamar de bagunça, porque quando há bagunça, sempre há como conseguir arrumar, de alguma maneira, de várias maneiras. E eu sinto como se não saísse do lugar. Parece que estou parada há muito tempo nesse lugar, e eu ainda ensisto em olhar para trás, vendo uma imagem borrada, acho que era o que eu era antes, o que eu sentia, como eu me sentia para ser franca
Com todas minhas forças tento olhar para trás e me perder em meus pensamentos, me entorpecendo lá dentro, para me sentir melhor, talvez segura. E no começo funcionava. Eu conseguia sentir você e parecia tão real... e hoje não passa de apenas imagens embaçadas, e no meio do embaço surge seus olhos, queimando em fúria, e são eles que me atormentam minhas madrugadas. Em meus sonhos, eu corro em sua direção, e agora, eu te observo apenas diante de uma barreia de vidro, que não impede, mas pára.

quarta-feira, julho 27, 2011

Machuca, sabia?

Machuca esbarrar a cada minuto em memórias, tropeçar em fotos e se perder nos dias felizes que hoje é apenas passado e se prender ali, por espontânea vontade.
Machuca ouvir uma música e sentir as lágrimas cairem sem parar.
Machuca ficar tantas noites acordadas pensando em como as coisas poderiam ter sido..
Machuca tentar te odiar e não conseguir.
Machuca tentar ficar cada vez mais longe e apenas se aproximar mais.
Machuca finjir que eu não me importo.
Machuca ficar longe de você.

terça-feira, julho 26, 2011

Canção sem rima

Eu lembro quando nós falávamos que ficaríamos juntos até o fim.
E agora eu estou sozinha novamente,
dentro dessa enorme bagunça de sentimentos codificados.

Eu não sei estar longe do seu caminho..
há tanto tempo permanecíamos no mesmo,
e agora, cada um seguiu para um lado.
E eu fiquei aqui parada.
Olhando para trás,
deixando uma lágrima cair.

A verdade é que eu não quero esquecer nada,
 eu quero lembrar de tudo,
e ao mesmo tempo te arrancar de dentro do meu coração.
A verdade é que eu não estou preparada para dizer adeus.
E no nosso meio só há um silêncio que fere.
E não há nada que eu possa fazer além de te observar de longe.

segunda-feira, julho 25, 2011

A beira do abismo

E eu fiquei parada ali, frente a frente com você, a beira do abismo para poder perceber que se eu me jogasse, você não se importaria.
E eu me joguei, e você me deu as costas. E eu tive que sair de lá sozinha. Meu corpo machucado doía, mas não mais do que o meu coração.
E depois de longos dias torturantes você surge como se eu estivesse errada. Eu segurei a sua mão e você a soltou e me deixou cair.
Agora estou engasgada com suas palavras vazias, totalmente frias como uma pedra. E eu tenho que aguentar tudo sozinha. Você  transformou minha vida em um inferno e a culpa é inteiramente sua.

domingo, julho 24, 2011

Se tudo que eu posso fazer é, de longe observar você, sumindo da minha vida.

Há noite quando tudo permance em um silêncio intacto, totalmente em perfeita simetria, você abriga o meu último pensamento, antes de sentir o cansaço tomar conta e a inconsciência chegar.
Em meus sonhos você surge, assim, voltando aquela velha dor entalhada de cicatrizes que machucam feito um imenso punhal se aponderando do meu corpo.
Sinto-o ainda em mim, não tão presente como antes, mas ainda sim presente.Eu luto comigo mesma, tentando te arrancar de qualquer maneira da minha vida, do meu coração, mas sinto que na maioria das vezes perco.
Pego-me pensando em como as coisas poderiam ter sido e involuntariamente tomaram rumos opostos, foi uma escolha sua, e eu não posso finjir que não foi. Você escolheu assim, e eu apenas tive que aceitar. Você preferiu esconder a verdade, me contentando com meros sentimentos frios e vazios.
Hoje, a única escolha é te observar de longe, escondendo por trás de um sorriso falso um amontoado de lágrimas, por um ''nao me importo'' um ''eu te amo demais ainda sim''.

sexta-feira, julho 22, 2011

Seus olhos que sempre mentiram.



Pensei que seria impossível ficar sem você. Nos primeiros dias, a dor queimava por entre minhas veias, e suas lembranças permaneciam vivas em mim. Não conseguia esquecer seus olhos, que sempre mentiram.
Eu implorava para tudo isso passar. Eu me contorcia em minha cama vazia, e chorava.
O tempo começou a passar, e hoje eu não consigo lembrar com exatidão da testura da sua pele.. do seu cheiro.. da sua voz.. do calor dos seus braços... Apenas consigo me lembrar dos seus olhos castanhos, frios, que demonstravam fúria. Aqueles olhos que por mêses me mentiram descaradamente.

quarta-feira, julho 13, 2011

10.000 peças

Antigamente quando tudo se tornava escuro e negro, como um abismo,refugiava-me em minhas palavras. A dor parava de pulsar em mim e fluia para o papel, se tranformando em canções sem rima, falando sobre o que me machucava.
E eu perdi isso. Não sei como, nem em que momento. Apenas não sinto mais aquele alívio que eu sentia, e bem na verdade, agora, quando começo escrever me perco em meus pensamentos nublados e ali fico, tentando entender o que aconteceu comigo, aquela que sempre fora centrada e dona da verdade, hoje me vejo-me rodeada de bagunça e me parece que não há nenhum feixe de luz que me faça enxergar e perceber que estou indo no caminho certo.
Depois de tanto tempo sempre ouvindo as mesmas frases cliclês e sentimentos falsos, me acostumei com as mentiras e a ilusão de que tudo ficaria bem. Me acostumei a sempre correr o mundo todo por um meio sorriso e palavras vazias. Com o ar frio soprando sobre mim e sem ter aonde me refugiar.
E de tanto se importar, chorar e brigar com tudo e com todos por acreditar em ti, mesmo sabendo que em momento algum falava a verdade, eu perdi as forças, e perdi a vontade. Não há um motivo. E isso não significa que o amor que eu carrego dentro de mim diminuiu muito menos acabou. Apenas não consegui mais aguentar tudo isso sozinha, por nós dois.
Meu corpo está exausto e o espelho reflete total esgotamento. Olheiras visíveis me entregam, relatando que a noite que se passara, passei acordada com meus pensamentos turbulentos, que não pararam nem por um segundo sequer. Os lábios sérios, pouco se importanto se os outros repararam ou não, os lábios que cansaram de carregar um sorriso falso por muito, muito tempo. Olhos vazios, que ao olhar fixamente refletem desespero, cansaço e dor.
O coração permanece em mil pedaços, e a cada suspiro pareçe que vai se quebrar em outros milhares de pequenos pedaços. De tão vazio, consigo ouvir os próprios ecos, formando um pedido de socorro, que ninguém consegue ouvir, e as vezes, nem eu mesma consigo decodificar essa mensagem triste.
A verdade demorou pra vir, porém veio, dolorida, mais do que eu esperava. Tentei muitas vezes finjir que nada disso era de verdade, e que era apenas um pesadelo, que eu acabara de acordar. Mas, já sou bem grandinha para saber que antes a verdade que machuca, do que uma mentira que ilude. E tive que encarar e aceitar. Nos primeiros dias não fora fácil, e eu pensei incontáveis vezes em desistir no meio do caminho. E eu não sei como consegui forças para continuar. Hoje meu corpo, minha mente, e meu coração- frustrado- não sente mais tanto como nos primeiros dias.
Parei de fujir, como havia feito nesses ultimos mêses, e aos poucos, vou aceitando tudo isso. E as peças começam a se encaixar de tal forma que eu quase não tenho mais dúvidas de que fui enganada todo esse tempo. É como se estivesse montando um quebra- cabeça de 10.000 peças.
Me sinto frustrada, enganada, magoada. Não sei a palavra exata. Talvez nenhuma das que eu citei seja a certa.Sinto uma incessante vontade correr para a minha cama, e chorar. Estou tentando não derramar nenhuma lágrima,mas a cada pensamento e a cada peçinha que se encaixa nesse enorme quebra cabeça, sinto como se estivesse quebrada aos pedaços.
A única pessoa que você queria ter perto é a mesma que me destruiu,sem eu ver. Como pode, a pessoa amada ser a causadora da sua dor?.E no final, eu percebi que eu amei sozinha. Criei uma ilusão de que o mesmo que eu sentia, você correspondia da mesma forma. Quão inocente eu fora.