domingo, outubro 09, 2011

As folhas de outono...

A calmaria que eu sentia após descrever com precisão tudo que se passava por dentro de mim sumiu, e eu fiquei por dias olhando folhas em branco sem conseguir escrever nada, sem tem certeza do que eu estava sentindo no momento. Permaneci dias caladas sem vontade nenhuma, e eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Chorei em silêncio abraçada em meu travesseiro ouvindo músicas melancólicas e comendo chocolate. Queria gritar, mas não tinha voz... Os dias foram passando e meus pensamentos, por fim, foram se clareando e eu fui conseguindo entender o porquê disso tudo, dessa sensibilidade toda que chegou de repente, sem avisar, e eu não podia por a culpa na TPM. Eu havia partido, deixando tudo pra trás, sem avisar, sem ter por que, sem razão. Eu apenas parti porque sabia que isso era o melhor pra mim, e eu sabia que se eu avisasse a coragem que eu tinha criado até então, sumiria rapidinho, como areia em minhas mãos em dias de ventania. Resolvi quebrar as correntes que me faziam permanecer em meio à dor, em meio a você. Eu estava realmente exausta de não gostar de mim, nem de nada, de não conseguir sorrir, de viver junto com a dor constante em meu peito. Eu quis me desprender de tudo que me trouxesse dor, queria voltar a gostar de mim, a ser feliz, a sorrir, a ser eu mesma. E foi isso que eu fiz, fui madura o suficiente para ver que eu estava cometendo um grande erro de novo, de escrever na mesma página, recoberta de mentiras e falsas promessas que você criou. Então, eu peguei esse capítulo e coloquei fogo e fiquei olhando, lentamente o fogo corroer as páginas, uma por uma. E quando só restaram cinzas eu levantei e segui um novo caminho, sem olhar pra trás. Nos primeiros dias, confesso que pensei em voltar atrás, e eu passei uma madrugada inteira me retorcendo em minha cama vazia, chorei até todas as lágrimas cessarem, e quando nasceu um novo dia, eu me senti diferente, havia uma sensação estranha correndo por entre minhas veias. Foi ai que eu percebi que finalmente tudo havia passado, meu sorriso havia voltado a iluminar meu rosto e meus olhos brilhavam com uma intensidade que eu desconhecia. Então foi ai que eu percebi que o tempo havia curado todas as férias e eu estava sendo feliz, de verdade, sem nenhum esforço, eu apenas estava feliz. E tem sido assim, desde então.



‘’ As folhas no outono não caem porque querem, mas sim porque chegou a hora’’