terça-feira, fevereiro 14, 2012

Presentinho


Não planejava me apaixonar por você, nem por ninguém. Se apaixonar por alguém estava no último lugar da minha lista de coisas para esse ano. Mas, o destino me surpreendeu e me deu um presentinho novo, logo de cara, no primeiro mês do ano. No começo, procurei 1001 razões para não ficar, para ir embora logo, antes que as coisas ficassem sérias e eu me apegasse de vez. Sempre haverá motivos contras, para tudo que se resolve fazer, principalmente quando tentamos buscar nos outros uma perfeição que não existe, mas as vezes é preciso deixar as coisas fluírem. Esperar, não se entregar de cara para alguma coisa que tem 100% de chances de detonar seu coração numa fração de segundos. A espera.  Esperar nunca foi meu forte, e acho que nunca vai ser. Dar tempo ao tempo é uma das milhares de coisas que eu odeio fazer. [....]

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Colorir


            Muitos dias eu passei tentando colorir meus dias, que permaneciam preto e branco. Quanto eu mais coloria, mais escuro ficavam, as cores se misturavam e se tornavam obscuras. Mas, esses dias ficaram pra trás. Não sei bem ao certo qual foi o momento que a bagunça finalmente cessou ou quando o preto e o monótono pararam de me perseguir. Mas foi ai que eu vi que a calmaria fazia parte de mim, da minha alma, que novamente estava clara, radiante.

Aqueles sentimentos cinzentos ficaram para trás, as marcas, as feridas... Era como se tivesse sido apenas um pesadelo, e a sensação de tremor logo depois que acorda, num susto, então o vazio, e finalmente a sensação deu-se trégua, esbarrou e sumiu. Meu coração, que ficou muito tempo trancafiado em um baú – o qual eu consumi a chave-, voltou a dar as caras. Aos poucos foi derretendo aquela grossa camada gelada que se formou nos meses de escuridão que se passaram, e por fim voltou a bater... Dando indícios que talvez, pelo acaso estava novamente batendo por alguém, e isso às vezes me faz perder o sono.

 Não quero mais algumas cicatrizes, parei de colecionar decepções. Mas é meio que inevitável lutar contra a razão, logo eu, que sempre fui guiada 100% pelos meus sentimentos – e talvez esteja ai meu erro, me doar demais, amar demais, querer demais, esperar demais-. Se for pra ser, que seja então, sem precipitações, sem choros antecipados, sem dores, que seja intenso, que dure o que deve durar e o principal, que valha a pena.  A palavra amar e seus vastos significados me deixam paranoica. Isso, o amor é uma coisa que enlouquece a gente devagar.

Tive excesso de amores errados, promessas falsas, idas e vindas que por fim me transformaram numa bela confusão, e quanto mais eu tentava me entender, mais bagunçadas as coisas se tornavam. E foi no meio desse desastre catastrófico, no caos que eu havia me tornado, percebi que o avesso era o meu lado certo. Que havia barreiras que eu precisava ultrapassar, renovando os limites e alterando minhas apostas. 

Talvez o tempo tenha sido o responsável pela minha grande mudança, ou o acaso, ou os erros cometidos, ou decepções e ilusões, ou até eu mesma por si só. Precisava de uma mudança brusca, que arrancasse a rotina que havia se transformado meu mundo. Estava rodeada de meios sentimentos, meias pessoas. E eu não me acerto com o transitório. Ou é inteiramente, ou simplesmente não é nada,