quarta-feira, outubro 22, 2014

Se for para querer alguém...

Se for para querer alguém, a partir de hoje quero alguém que divida um mapa comigo, o espaço na mochila, a pizza no microondas, uma parceria numa carona fora de hora. Se for para esperar alguém, que seja para irmos num Boteco depois de uma sexta feira cansada, que seja para irmos no super domingo à noite e irmos à loucura numa terça qualquer. Se for para levantar do sofá e abrir a porta, que entre por ela alguém sem travas, sem joguinhos, sem cara amarrada, sem bagagens de um passado morto. Mas se vier para ficar, que venha dividir o chuveiro, a culpa, a cozinha, uma boa pipoca, a cama com sorrisos nus. Que me ensine o que eu ainda quero aprender, e que caminhe comigo por um mundo que ainda pretendo conhecer".
(Gui Pinto)

domingo, outubro 05, 2014

Versos perdidos em um sábado a noite

Engraçado como eu venho buscar abrigo nas palavras apenas quando meus pensamentos estão me sufocando e brincando de fazer nós cegos em minha garganta. 

Meus passos estão descompassados, e eu estou aqui, perdida entre mil e uma frases embaçadas que formam uma sinfonia triste, a qual eu tempo fazer parar de tocar, e mesmo assim, ela continua arranhando meus ouvidos.

Sempre fui campeã em ser responsável pelas minhas próprias feridas, e dessa vez não seria diferente, não seria eu, se meu coração estivesse inteiro. E pra variar ele está aqui, quase pulando do meu peito, tentando dizer que nem ele aguenta mais.

O problema é que eu me dou a cara pra bater. Antes fosse só a cara, mas eu ainda dou de brinde meu coração, em uma badeja, pronto pra alguém retalhar em mil pedacinhos e me devolver como se nada tivesse acontecido. 

Mas eu confesso que estou cansada. Estou cansada de sempre me doar e acabar na mesma. Na mesma droga de sempre. Acabar aqui, tentando de alguma forma estúpida aliviar a dor e tentar conversar comigo mesma. 

Meu corpo não aguenta mais. Meus pensamentos imploram por paz. Por clareza. Eu não quero mais espinhos nem cicatrizes. Eu só queria alguma coisa que começasse e continuasse. Eu não aguento mais partidas. 

Como eu já dizia um tempo atrás: as pessoas sempre partem. Quem dera fosse eu, a que partisse sempre.

Nunca me adaptei bem a fins. É difícil colocar um ponto final, quando não se quer. Ou se quer, mas não tem coragem

quinta-feira, setembro 11, 2014

Para ler e pensar

Na Índia se ensina as Quatro Leis da Espiritualidade.
A primeira lei diz: " A pessoa que chega é a pessoa certa. " Significa que nada ocorre em nossas vidas por casualidade. Todas as pessoas que nos rodeiam, que interagem conosco, estão ali por uma razão, para que possamos aprender e evoluir em cada situação.
A segunda lei diz: " O que aconteceu é a única coisa que poderia ter acontecido. " Nada, absolutamente nada que ocorre em nossas vidas poderia ter sido de outra maneira. Nem mesmo o detalhe mais insignificante! Não existe: " se acontecesse tal coisa, talvez pudesse ter sido diferente...". Não! O que ocorreu foi a única coisa que poderia ter ocorrido e teve que ser assim para que pudéssemos aprender essa lição e então seguir adiante. Todas e cada uma das situações que ocorrem em nossas vidas são perfeitas, mesmo que nossa mente e nosso ego resistam em aceitá-las.
A terceira lei diz: " Qualquer momento que algo se inicia, é o momento certo. " Tudo começou em um momento determinado. Nem antes, nem depois! Quando estamos preparados para que algo novo aconteça em nossas vidas, então será aí que terá início.
A quarta e última lei diz: " Quando algo termina, termina!" Simplesmente assim! Se algo terminou em nossas vidas, é para nossa evolução! Portanto é melhor desapegar, erguer a cabeça e seguir adiante, enriquecidos com mais essa experiência.

domingo, julho 20, 2014

Transparente

“Ninguém nunca me viu tão transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente.”
— Tati Bernardi.

Perdi as contas

Faz semanas que venho fugindo das palavras, como de costume. Faz tantos dias, que me perdi nas contas. Mas as vezes, me pego pensando em teus olhos verdes e profundos, tão profundos como um abismo. E foi nesse abismo que eu cai em queda livre. Se fosse apenas os joelhos ralados, já estariam curados, pior é o coração, que se transformou em tantos pequenos pedaços. E cada um desses pedaços é afiado, porque tantas vezes já tentei colar os pedacinhos e me cortei mais ainda. Ai eu encarreguei o tempo de transformar esse amontado de cacos em um coração de verdade de novo.

Posso afirmar que já não dói mais como nos primeiros dias. Mas dói lembrar que nos primeiros dias eu estava sem chão, e só de lembrar da dor que eu senti, meu coração aperta. Hoje, há um vazio. Um vazio fundo. Não sinto tua falta. Não sinto vontade de estar em seus braços, mas quando eu lembro como era bom estar lá, minha voz falha, e meus olhos quase lacrimejam, mas tudo isso em uma fração de segundos, e logo o frio cortante se aprochega e a saudade se torna vazio. 

Tudo que um dia eu cheguei a cultivar se foi. E isso inclui o respeito também. Eu sei que a culpa é totalmente minha em ter me machucado. Mas você, você e suas palavras doces. E eu achava que eram verdadeiras. E depois eu vejo que tudo não passou de seilá, um jogo, uma diversão, um passa-tempo. 

segunda-feira, julho 07, 2014

Quando havia dor

“Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo porque digo mais, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora.”
— Caio Fernando Abreu

Mesmo quando param de doer

“A ferida, eu sabia, demoraria um pouquinho para cicatrizar, como acontece com todas elas, as do corpo e as da alma, mesmo quando param de doer. Naquele dia, entre tantas emoções, experimentei uma terna gratidão pela perspectiva de cura e pela capacidade que a vida tem de se renovar, mesmo quando passa um bocado de tempo doendo. Para minha surpresa, um pouco mais tarde, depois de uma chuva fina, o sol voltou a brilhar lá no céu. Eu sentia que o meu sol também voltaria a aparecer, embora fosse provável que ainda demorasse algumas nuvens…”
— Caio Fernando Abreu

domingo, julho 06, 2014

Apenas mais um semblante

  A teoria nunca me sustentou. Sempre acreditei na prática, pois é ali que a gente vê como tudo acontece, como tudo é. E com o amor não é diferente. Sempre tive que cair e ralar os joelhos e o coração para acreditar com meus próprios olhos que a situação presente não era boa pra mim. E tive que re-aprender a me equilibrar. Como diz a vida, a gente cai sete vezes e levanta oito.
  A verdade é que já faz alguns dias, bem, não me lembro o número exato de dias que você se foi. E isso já não faz mais importância. Confesso que nos primeiros dias achei que a dor se tornaria constante dentro de mim por semanas a fio. E sabe que eu me enganei? Não digo que não sinto saudades e não penso em ti. Mas a vontade de te ver, de contar como foi meu dia, em sentir teu cheiro em mim e o calor dos teus abraços, tudo isso ficou encaixotado lá trás.
   No lugar do carinho que existia por ti, ficou o vazio brando. As vezes me pego pensando em ti. Mas as lágrimas não correm mais. Ainda estou triste com tudo que aconteceu, porque essas últimas semanas foram desgastantes e dolorosas. Mas estou de pé. Estou sorrindo. Estou seguindo minha vida. E sei que quando te encontrar meus olhos não vão brilhar mais, e tu se tornarás apenas mais um semblante na multidão de alunos que tumultuam a faculdade.

sábado, julho 05, 2014

Amor não se implora

“Eu quis espernear, gritar “Fica pelo amor de Deus!” Mas desde quando a gente pede uma coisa assim? Desde quando a gente tem que implorar pra alguém ficar? Mesmo que a vontade inunde nossa alma, e a certeza da falta destrua nossas vontades, amor não se implora.”
— Tati Bernardi

Universal

“Virei pedra e entendi porque a solidão é a experiência mais universal de todas. A solidão é muito sacana. Num dia, ela te deixa eufórico, pensando nessa liberdade possível de não dever satisfação a ninguém e nessa possibilidade infinita de realizar todas as tuas vontades. Mas, no outro dia, a solidão te dá uma rasteira daquelas bem dadas. E te faz cair na real. Tu estás só feito um cão de rua, meu filho. Ninguém te ama, ninguém te quer, ninguém te conhece, ninguém tem acesso à tua alma. Tuas neuras são só tuas, e parece que nada nem ninguém preenche esse vazio.”
— Caio Fernando Abreu.

domingo, junho 29, 2014

Sai logo daqui

“A gente tem é que se amar muito, se respeitar muito pra chegar para o outro e dizer: se é isso que você me oferece, agradeço, mas recuso. Não quero esse pouco. Não quero essas partes. Não quero a sua metade. Vem inteiro, completo. Ou não vem. Ou nem te apresenta. Ou pega teus brinquedos e sai logo daqui.”

sábado, junho 28, 2014

Bagunça

  Meu coração pulsa fraco. Meus olhos passam horas mirando algum objeto sem sentido nenhum. E por fim, um suspiro longo, como se fosse descarregar minha alma, e mesmo assim, não descarrega. Meus pensamentos, voam perdidos e se embaralham com o barulho da tv, que por sinal, só está ligada para evitar o silêncio cortante que se forma todos os finais de semanas, há três meses. 
  Hoje faz exatamente quarto dias desde que me dei por vencida. Desisti, não por ter mudado alguma coisa que eu sinto, mas por simplesmente cansar em bater na mesma tecla e não acontecer absolutamente nada. 
  Fiquei por meses alimentando uma história que nunca existiu para ambos os lados. Apenas para mim. A corta sempre esteve solta. E eu cai. Cai um tombo feio. Não aqueles de ralar os joelhos, mas sim, o coração.
  A bandeira branca está exposta. Uma maneira idiota de ir me acostumando aos poucos a permanecer sem tua presença.Sem passar quase todas as horas do meu dia grudada no celular, conversando com você. Quando ao te ver, conseguir fazer meu coração não bater mais forte, nem querer loucamente te abraçar e ficar ali, aninhada em teus braços pra sempre. Ao te olhar nos olhos, não desabar em lágrimas. 
  Sei que o tempo que eu estabeleci para essa idiotice de bandeira branca é exatamente seis dias. Mais seis dias e eu vou acabar com o que não existe, o que nunca começou. Seis dias e eu vou caminhar para frente. Não vou por mais pontos finais, pois tudo isso virou uma história mal escrita com uma imensidão de reticências. Vou fechar o livro. E guardar na minha caixinha de decepções.
  Não consigo achar um motivo sequer por gostar de você. Revirei minha mente umas cinco vezes seguidas e nada. Não há nenhum motivo relevante para tudo isso. Para essa dor de cabeça, noites mal dormidas e lágrimas. 
  Sempre soube que você era um daqueles caras que não valiam a pena. Que nem por decreto eu poderia me apaixonar. Mas eu não sei, todos os fatos estão escancarados na minha cara, e eu não consigo te deixar ir. E eu não encontro também o motivo por não conseguir ir embora.
  E as palavras se perderam no meio de toda a bagunça que tem em meus pensamentos.

domingo, junho 22, 2014

Meio termo

“Se você soubesse o quanto dói te ver indo e vindo
não faria isso.
Ou vem, ou vai de vez. 
Meio termo cansa.”

Te chamar de idiota

A vontade dela é de te chamar de idiota. Porque é isso que você é. Está perdendo e ainda não percebeu. Está esperando pela legenda? Ela chora, respira, e isso não faz diferença pra você. E mesmo assim ela insiste em vocês. Talvez ela seja a idiota da história. Que ironia. Se não quiser perder, muito cuidado! Não a deixa ir embora. Cuida do pouco que restou de vocês pra ver se resta algo pra ser contado. Mas não a deixe sair pela porta. Você pode achar que sim, mas ela não voltaria pra buscar nada. Porque, na verdade, não ficaria nada para trás. Nem roupas, nem amor, nem lembranças. Só restará lamentações, dela e sua. Lamentações dela ter visto muita coisa numa pessoa que não viu nada nela.

Impossibilidade

"Também não sei se o que me prende tanto a você. Deve ser justamente essa impossibilidade de sermos, finalmente, nós."

sábado, junho 21, 2014

Olá dor

      Olá dor, você por aqui novamente?
      Tudo que venho escrevendo são pensamentos confusos, de você, você, você e você. Você não pode sair um pouquinho da minha cabeça? E se quiser, principalmente do meu coração.
      Estou no meu limite. Acho que até o limite esgotou-se. O que me faz continuar é, bem, eu não sei. Eu simplesmente não sei porque eu continuo insistindo nesse barco furado.

      Você e suas atitudes já deixaram bem claro que eu apenas estou no barco furado. Você não. Você observa de longe. Sem se machucar. Claro, a situação é tão cômoda. 
      E os pensamentos voaram longe, se embaralharam e estão aqui, bagunçando minha mente. Estou fitando essa folha durantes horas. E as palavras simplesmente não querem sair.

Tomara que passe logo

“Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou  sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe logo.”
— Tati Bernardi.

quinta-feira, junho 12, 2014

Pedaços



Enquanto eu tava distraída, numa festa qualquer, você apareceu. E quem diria que aqueles malditos olhos seriam os mesmo que me fariam hoje perder o sono?. Disse com a boca cheia que você seria só mais um, mais uma diversão qualquer. Um mata tempo. Um joguinho. E eu acabei caindo no meu próprio jogo. 
Gritei aos quatro ventos com o pulmão estufado que amor era coisa para louco e no meu coração não entrava mais visita. E quando me dei por conta quem estava entregando o coração de bandeja estava sendo eu.
Tentei me afastar, e acredito que já era tarde demais, Ou eu mesma não quis me afastar, porque achei que dessa vez talvez as coisas fossem ser diferentes. Inocente coração, a razão já gritava dizendo que não tinha como dar certo e mesmo assim, dei a cara para bater, e agora estou aqui, com o coração em pedaços toda vez que eu te vejo. Toda vez que eu sinto teu corpo junto ao meu. 
Toda vez que me despeço, te dou adeus baixinho, acreditando que essa vez vai ser a última que irei te abraçar. E toda vez que eu te solto, minhas pernas tremem e as lágrimas correm soltas. Toda vez que te solto, sinto meu coração por um segundo parar. 
Juro que o que eu mais queria era te afastar da minha vida, dos meus pensamentos e principalmente do meu coração, mas ao mesmo tempo eu tenho vontade de esperar você ''se decidir'' mesmo sabendo que a resposta é negativa.
Sei que você não vai largar as coisas por mim. Se quisesse, ja teria largado. O amor é assim, simples. Não há complicação. Se quer, faça. O resto é desculpas. E é o que você mais faz. Desculpas para todos os lados. E o pior de tudo isso é que meu coração idiota acredita em todas suas palavras. Acredita em suas desculpas. Acredita em seus abraços. Acredita em tudo mesmo quando todas as atitudes apontam para o contrário.

quarta-feira, junho 11, 2014

Uma dessas pessoas que entram e fazem bagunça

E no meio de uma brincadeira de um caso proibido, você desmanchou minha barreira de gelo de uma maneira tão fácil e sucinta que quando eu vi, era tarde demais. Quando eu me dei por conta, todas as letras de músicas faziam sentido. A vontade de estar contigo já era maior que tudo. E eu tinha uma necessidade imensa de te ver todos os dias. Só que começou errado. Eu não podia ter levado isso para frente, porque eu sabia que apesar de todas as suas palavras de amor, eu estava e ainda estou amando sozinha. Você não abriu mão de nada por causa de mim. Você diz que me ama, mas suas atitudes se contradizem. 
Eu queria te dar um amor, que talvez eu nem tenha para dar. E apesar de todas as mágoas e pedras no caminho eu continuo aqui, com o coração rasgado te esperando se decidir.
Tem sido você desde o dia que eu te conheci. Eu sabia que no instante que te vi pela primeira vez, eu teria que me afastar. Não poderia te conhecer. Eu sabia que você carregava alguma coisa que me fascinou de uma maneira absurda. Eu me apaixonei e esqueci de levar meu cérebro junto. Fui colocando tantos pontos finais ''em nós'' que no fim, acabamos cheios de reticências. E eu prometo todos os finais de semanas que na segunda feira eu não vou mais te olhar, nem te querer perto de mim. E toda segunda feira eu quebro essa promessa. A vontade de estar perto de ti é maior que meu orgulho e por mais que meu coração esteja em pedaços não consigo te deixar ir embora. Eu poderia te abraçar pra sempre, e mesmo assim não seria o suficiente. E sei que eu preciso por um ponto final definitivo, te arrancar da minha vida e do meu coração. Porque o ''nós'' nunca vai existir. Nós nunca seremos nós. Nossa história não passa de um passa tempo. Não temos uma história. E mesmo quando eu conseguir te deixar para trás e estar com outra pessoa, sempre vai existir um momento que eu vou lembrar de você e vou sentir falta do seu sorriso e do teu abraço. Mas a culpa é tua. Você me tem nas mãos e parece não cuidar disso. Você está fazendo de tudo para me perder. Só não espere eu ir embora para perceber que é ao meu lado que você quer ficar, porque por enquanto eu ando pondo reticências nisso tudo, mas no momento em que eu decidir te deixar para trás, eu não volto atrás. Você tinha tudo para ser uma das pessoas mais importantes que eu já conheci e me relacionei, mas você está preferindo ser só mais uma dessas pessoas que entra em nossa vida e faz bagunça.

Não pode ser amor

''E lá vem você me olhar apaixonado e, no segundo seguinte, frio. 
E me falar para eu não sofrer e para eu ir embora e para eu não esperar nada e para eu não desistir de você. 
E eu me digo que não é você.
 Porque, se fosse, meu sono seria paz e não vontade de morrer. 
Me despeço, já sem aquela dor aterrorizante, das partes de você que mais amo. 
Ainda que eu nem te ame mesmo.
Ainda que nada disso seja amor. 
Preciso me aliviar. 
O mundo não suporta mais esse meu não amor por você.
 Meus amigos espalmam a mão na minha cara e já vão logo adiantando que se eu pronunciar seu nome, eles vão embora sem nem olhar para trás. 
Remédios só me deixam com um bocejo químico e a boca do estômago triste, mas não tiram você do meu coração. 
E escrever, que sempre foi a única coisa que adiantava para os dias passarem menos absurdos, já se tornou algo ridículo. 
Escrever sobre você de novo? 
De novo? 
Tenho até vergonha.
 Nem eu suporto mais gostar de você.
 E olha que nem gosto. 
E no meio da noite, quando eu decido que estou ótima afinal de contas tenho uma vida incrível e nem amava mesmo você, eu me lembro de umas coisas de mil anos e começo a amar você de um jeito que, infelizmente, não se parece em nada com pouco amor e não se parece em nada com algo prestes a acabar'' - Tati bernardi

terça-feira, abril 22, 2014

E daí que vai acontecer tudo de novo.

“- Eu nunca gosto de nada, e gostei tanto de você. 
- É?
- Droga.
- O quê?
- Eu falando de gostar.
- E daí? 
- E daí que vai acontecer tudo de novo. 
- O quê?
- Vou sentir demais, falar demais, escrever demais. E você vai embora.”
— Tati Bernardi.

domingo, abril 13, 2014

Fogo e gelo não se amenizam

     Você está ai, me observando de longe, esperando qualquer passo incerto meu para jogar em minha cara que eu sou a culpada por tudo que aconteceu e deixou de acontecer entre nós. Mas a verdade é que ninguém tem culpa. Talvez eu tenha uma parcela sim, por ter deixado uma brincadeira ir longe demais. Te olhar e imaginar a vida ao seu lado me dá tédio. Ao te ver, meus olhos não brilham, e quando você chega perto de mim, não surge borboletas em meu estômago. Quando você está longe, meu coração não aperta de saudade. 
     A verdade é que me segurei em você quando me senti perdida. Talvez perdida nem seja a palavra certa para usar. Carência. Essa mesma! Eu estava precisando de um colo amigável e alguém que me passasse segurança e pronto, você surgiu. Você, todo certinho, um cara sério. Porque não? Mas com o passar do tempo, percebi que fogo e gelo ao se cruzarem não se amenizam. 
     Então é por isso mesmo que eu não posso te levar adiante. Não posso te levar a sério. Se eu continuar fazendo isso, estarei criando ilusões de meros sentimentos que nunca existiram, nem vão existir. É por isso que quando você segurou meu braço, encarando-me como se estivesse procurando o fundo da minha alma, ou algum resquício em meus olhos onde mostrassem amor, eu pedi para me largar e você falou que se eu virasse as costas, as coisas estariam acabadas. E eu num tom esbanjando ironia falei '' que coisas?'' e parti.

terça-feira, março 04, 2014

Bola gigante de sentimentos

     Sabe aquela sensação de estar perdida entre caminhos conhecidos e ao mesmo tempo desconhecidos? Isto é eu, percorrendo milhas e milhas em meus pensamentos, encontrando pseudo soluções para problemas imaginários, respostas para situações que não aconteceram, desculpas contraditórias para meus atos descompassados, perguntas formuladas que eu sei que nunca encontrarei uma resposta certa, pois a única pessoa que poderia ser capaz de responder está muito longe daqui, e mesmo se estivesse perto, preferiria ficar com esse amontoado de dúvidas e cortes do que olhar para seu semblante patético.
     Tanta coisa aconteceu desde que eu parei de me refugiar em minhas palavras, que eu não sei mais colocar ordem em todas essas frases desconfiguradas que se passam em minha cabeça. Na verdade, nunca entendi o motivo principal desse afastamento repentino de umas das únicas coisas que me fazia sentir conforto. E agora tanto faz, não vou patrulhar em becos escuros do meu consciente através de respostas, pois sei que encontrarei marcas das quais não quero sentir a dor novamente, e bem, eu já tenho marcas suficientes para cicatrizar no presente.
     Sinto meu coração pulsando tão forte em meu peito que as vezes acho que ele irá sair pela boca, mas em momentos, sinto um buraco tão imenso e tão frio que chega arrepiar minha pele. Nesses últimos meses, encontrei tantos pseudo amores, e acho que foi isso que me enfraqueceu. Me sinto uma bagunça ambulante, e toda vez que tento organizar, bagunço mais ainda. Chega uma hora que cansa se doar, cansa por a cara pra bater, cansa ver as coisas darem errado.  E essa hora já chegou faz tempo. Confesso que não sei o que fazer, na verdade até sei, sei que fazer uma limpeza e retirar todas as bagagens desnecessárias é o melhor, mas sinto uma pontinha de medo, medo de se arrepender, medo de por coisas foras e amanhã sentir falta.
      Tem tanta coisa entalada aqui dentro, que parece que se eu gritasse aos quatro ventos tudo isso até ficar sem voz  ainda não seria suficiente. Tem tanta coisa me engasgando diariamente. Tem tanta coisa mal resolvida para se resolver, tantos sentimentos esquisitos aglomerados formando uma bola de neve gigante.
       Tem tantos sentimentos incompletos que eu não sei o que fazer com eles. Tem angústia, tem raiva, tem dor, tem arrependimento, tem tudo isso e mais um pouco, tudo misturado. Tento desenrolar, separar um por um, mas é um ''trabalho'' cansativo que acaba me desgastando ainda mais. 
       A verdade é que a causa de tudo é isso tem um nome específico, um sobrenome específico. Você chegou de mansinho e quando eu vi já havia quebrado minha barreira protetora de gelo. E eu deixei, eu confiei, eu criei expectativas e em menos de três meses tudo se fora pelo ralo, e eu me vi em crise, com um coração despedaçado novamente. E já se passou cinco meses, e não tem um único dia sequer que alguma lembrança tua não surja em meus pensamentos. Eu sinto tanta falta, como eu sinto, só eu sei. Eu saí, eu fiz festa, eu bebi, eu conheci outras pessoas, mas toda vez que eu chegava em casa e deitava a cabeça em meu travesseiro, era seu cheiro que eu queria sentir. Era seus braços que eu queria que me acolhessem. Era você. 
       Mas, toda vez que eu sinto sua falta, eu me lembro tudo o que você me fez, toda a dor que me fez sentir e a saudade já não é mais saudade, é um sentimento transitório entre o vazio e raiva por estar perdendo meu tempo pensando em você.
       O problema é que eu crio expectativas em cima de castelos feitos sob areia movediça. Eu confio demais. Eu espero demais.
       Estaria feliz se fosse só isso que tumultuasse meus pensamentos. Há tantos pequenos sentimentos que eu cultivei nesses últimos tempos. Sentimentos que são confusos até pra mim, por isso eu deixo ali, deixo a bola de neve quieta. Sei que preciso desfazê-la, e estou fazendo aos poucos. Aos poucos vou me livrando dessas bagagens, uma por uma, parcela por parcela.