quarta-feira, outubro 22, 2014

Se for para querer alguém...

Se for para querer alguém, a partir de hoje quero alguém que divida um mapa comigo, o espaço na mochila, a pizza no microondas, uma parceria numa carona fora de hora. Se for para esperar alguém, que seja para irmos num Boteco depois de uma sexta feira cansada, que seja para irmos no super domingo à noite e irmos à loucura numa terça qualquer. Se for para levantar do sofá e abrir a porta, que entre por ela alguém sem travas, sem joguinhos, sem cara amarrada, sem bagagens de um passado morto. Mas se vier para ficar, que venha dividir o chuveiro, a culpa, a cozinha, uma boa pipoca, a cama com sorrisos nus. Que me ensine o que eu ainda quero aprender, e que caminhe comigo por um mundo que ainda pretendo conhecer".
(Gui Pinto)

domingo, outubro 05, 2014

Versos perdidos em um sábado a noite

Engraçado como eu venho buscar abrigo nas palavras apenas quando meus pensamentos estão me sufocando e brincando de fazer nós cegos em minha garganta. 

Meus passos estão descompassados, e eu estou aqui, perdida entre mil e uma frases embaçadas que formam uma sinfonia triste, a qual eu tempo fazer parar de tocar, e mesmo assim, ela continua arranhando meus ouvidos.

Sempre fui campeã em ser responsável pelas minhas próprias feridas, e dessa vez não seria diferente, não seria eu, se meu coração estivesse inteiro. E pra variar ele está aqui, quase pulando do meu peito, tentando dizer que nem ele aguenta mais.

O problema é que eu me dou a cara pra bater. Antes fosse só a cara, mas eu ainda dou de brinde meu coração, em uma badeja, pronto pra alguém retalhar em mil pedacinhos e me devolver como se nada tivesse acontecido. 

Mas eu confesso que estou cansada. Estou cansada de sempre me doar e acabar na mesma. Na mesma droga de sempre. Acabar aqui, tentando de alguma forma estúpida aliviar a dor e tentar conversar comigo mesma. 

Meu corpo não aguenta mais. Meus pensamentos imploram por paz. Por clareza. Eu não quero mais espinhos nem cicatrizes. Eu só queria alguma coisa que começasse e continuasse. Eu não aguento mais partidas. 

Como eu já dizia um tempo atrás: as pessoas sempre partem. Quem dera fosse eu, a que partisse sempre.

Nunca me adaptei bem a fins. É difícil colocar um ponto final, quando não se quer. Ou se quer, mas não tem coragem