Sabe, eu estou feliz. Eu me sinto feliz. Mas algo lá no fundo, não deixa essa felicidade se completar.
Eu tenho vontade sabe do quê ? de jogar tudo pro espaço, e o resto que se exploda.
Na verdade, minha súplica é por paz.
Queria que essas malditas vozes calassem a boca.
Queria que esses cortes fechassem, e nunca mais abrissem.
Queria por fim, acabar com esse martírio que faz cada novo dia se tornar o mesmo pesadelo de sempre.
Eu não devia me sentir assim.
Tenho tudo o que eu quero, até demais.
Minha família é um porto seguro.
Tenho um namorado que me ama mais do que tudo,
e o que eu sou?
uma péssima namorada, que se precupa em preencher esse vazio,e acabo não dando a atenção que ele merece,
Tenho amigos que tão sempre do meu lado quando eu preciso.
Amigos que não me deicham cair, não me deixam fraquejar,
e eu continuo aqui, a me lamentar pelo quê ?
pela minha vidinha cliclê.
Enquanto milhares de pessoas que passam fome e vivem na miséria, rezam para ter tudo que eu tenho, eu simplismente piso em cima.
Que tipo de pessoa eu sou ?
Eu escrevia milhares de textos, falando sobre a vida cliclê dos adolescentes, e agora eu virei o que ?
virei o personagem que eu mesma criei,
Falava tanto, daquelas pessoas fúteis, que estudavam na melhor escola da cidade,
e aqui, estou eu.
Parada, olhando para o meu reflexo.
Para que, tudo que um dia eu desprezava, hoje eu me tornei.